Na política – como em tudo na vida- a unanimidade é burra, porque tira a oportunidade de você mostrar que é o certo ou o melhor ao seu oponente e aos que o seguem. A unanimidade faz o receptor deixar de ser um observador e avaliador das imagens, impressões e propostas que se lhes apresentam, o faz um reprodutor inconsciente da teoria fascista. Na sociedade liberal a unanimidade é burra porque faz você pensar como todo mundo pensa, sem lhe dar o direito de errar quando os outros acertam ou de acertar quando os outros erram. Nega-lhe o direito de ser diferente, até mesmo único em alguma coisa - pelo menos no seu pensamento. A unanimidade tira a oportunidade do pelego, do adulador de destinar loas à outra pessoa que satisfaz ou satisfará a sua realização pessoal ou que compõe o time que o realizará. A unanimidade cega – e portanto interesseira e inconsequente, é tão deletéria, para alguns, que só em contestá-la já faz o contestador sentir-se útil ao mundo. Se a unanimidade sobre algum objeto já é temerário, imagine sobre o conjunto que o sustenta. A unanimidade é burra até mesmo por causa da dualidade que afirma o ser: a noite e o dia, o alto e o baixo, o bem e o mal, a vida e a morte, a ideologia e o realismo pragmático... Já pensou se tudo no mundo fosse branco? Que tristeza seria. O partidário intransigente da unanimidade é louco, leviano, ou doentemente pragmático ao ponto de sacrificar tudo pelo seu interesse pessoal e imediato.
Autor: Alberto Magalhães
Autor: Alberto Magalhães
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