terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Marcelo Déda não passou



Outubro de 2014

Há alguns dias estive no gabinete do conselheiro Clóvis Barbosa de Melo e pude avistar, a lhe fazer companhia, uma foto do então governador Marcelo Déda, que me impregnou de boa emoção. Na fotografia, feita em momento de descontração, em ambiente doméstico, ele estava vestido com uma camiseta comum, de cor clara, cabelos meio desalinhados e um sorriso feliz. A sua expressão era de alegria, vitalidade, paz...

A sua aparência era a de uma flor no auge do seu desabrochar. Essa exuberante imagem se sobrepondo àquela que nos foi apresentada, pela mídia, nos seus últimos dias me trouxe, num segundo, muitas outras imagens de sua pessoa antes de seu padecimento. Ao ver a vida pujante e a beleza dos já descritos sentimentos expressos em sua face foi impossível não me comover intimamente e não encher os olhos de ternura e de um misto de alegria e de tristeza.

Esse momentâneo desencontro de sentimentos se deu em virtude da despedida precoce de alguém que ainda tinha mais para nos oferecer e para lhe ser retribuído. Aquela imagem me remeteu ao Marcelo Déda cidadão consciente do seu chamado social, do pai e esposo zelosos, do militante engajado, do amigo sincero, do apreciador do chopinho e da MPB. Daquele homem tão aparentemente comum - mas herói no seu tempo, que acreditou na possibilidade de um mundo melhor para todos e que foi fazer a sua parte e contribuir para tal. Que, num embate final, venceu. Porque não passou nem passará para nós, o povo sergipano.

Alberto Magalhães, funcionário público estadual de Sergipe.



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