Outubro de 2014
Há alguns dias estive no gabinete do
conselheiro Clóvis Barbosa de Melo e pude avistar, a lhe fazer companhia, uma
foto do então governador Marcelo Déda, que me impregnou de boa emoção. Na fotografia, feita em momento
de descontração, em ambiente doméstico, ele estava vestido com uma camiseta
comum, de cor clara, cabelos meio desalinhados e um
sorriso feliz. A sua expressão era de alegria, vitalidade, paz...
A sua aparência era a de uma flor no auge do
seu desabrochar. Essa exuberante imagem se sobrepondo àquela que nos foi
apresentada, pela mídia, nos seus últimos dias me trouxe, num segundo, muitas
outras imagens de sua pessoa antes de
seu padecimento. Ao ver a vida pujante e a beleza dos já descritos sentimentos
expressos em sua face foi impossível não me comover intimamente e não encher os
olhos de ternura e de um misto de alegria e de tristeza.
Esse momentâneo desencontro de sentimentos se
deu em virtude da despedida precoce de alguém que ainda tinha mais para nos
oferecer e para lhe ser retribuído. Aquela imagem me remeteu ao Marcelo Déda cidadão consciente do seu chamado social, do pai e esposo zelosos, do militante
engajado, do amigo sincero, do apreciador do chopinho e da MPB. Daquele homem
tão aparentemente comum - mas herói no seu
tempo, que acreditou na possibilidade de um mundo melhor para todos e
que foi fazer a sua parte e contribuir para tal. Que, num embate final, venceu.
Porque não passou nem passará para nós, o povo sergipano.
Alberto Magalhães,
funcionário público estadual de Sergipe.
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